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A Comunhão Espiritual

 

A Profunda Significância da Comunhão Espiritual na Vida Cristã

A comunhão espiritual, um conceito profundamente enraizado na teologia tomista e na fé católica apostólica romana, tem sido um pilar essencial na vida devocional de muitos fiéis. Santo Tomás de Aquino, um dos pilares da filosofia e teologia, definiu a comunhão espiritual como um desejo ardente de receber Jesus Cristo sacramentalmente. Esta prática, elogiada pelo sagrado Concílio de Trento, assume uma importância inegável na busca pela proximidade com Cristo.

O relato de experiências místicas, como o episódio de sóror Paula Maresca, fundadora do convento de Santa Catarina de Senna em Nápoles, reflete a manifestação divina em relação à comunhão espiritual. Jesus Cristo apresentou a ela dois vasos preciosos, um de ouro contendo suas comunhões sacramentais e outro de prata abrigando as espirituais. Isso ilustra a apreciação divina por essa forma de comunhão, onde o desejo sincero de se unir a Ele é considerado de igual valor.

A prática da comunhão espiritual também é atestada na história de um homem virtuoso que ansiava pela comunhão frequente, mesmo em um contexto onde não era comum. Para evitar destacar-se, ele realizava a comunhão espiritual, seguindo um ritual de preparação e abrindo a boca como se recebesse o próprio Jesus Cristo. Essa devoção profunda era recompensada pela sensação de uma sagrada partícula repousando sobre sua língua e uma doçura extrema na alma. Esse exemplo revela como o Senhor honra o fervoroso desejo de Seus servos.

O Beato Pedro Fabro, da Companhia de Jesus, ressaltou a sinergia entre as comunhões espirituais e sacramentais. Ele enfatizou que a comunhão espiritual aprimora a vivência das comunhões sacramentais, evidenciando a interconexão entre essas práticas. Testemunhos de santos como a Beata Angela da Cruz, que praticava cem comunhões espirituais durante o dia e outras cem durante a noite, demonstram como essa devoção intensifica a conexão pessoal com Cristo.

Santo Agostinho sabiamente indicou que uma alma que ama exclusivamente a Jesus Cristo é uma alma que não pode ser recusada por Ele. A comunhão espiritual, livre de restrições como jejum e ministério sacerdotal, oferece uma bela maneira de se unir a Cristo em momentos íntimos. É uma prática flexível, adequada para incorporar à rotina diária, permitindo que os fiéis se aproximem do Senhor com frequência.

A oração e a adoração ao Santíssimo Sacramento são momentos propícios para praticar a comunhão espiritual. Quando o sacerdote comunga durante a missa, um ato de fé profunda, amor sincero, arrependimento pelos pecados e um desejo de união com Cristo podem ser formulados. Essa prática, como exemplificado por venerável Joana da Cruz, nutre a alma e estabelece uma ligação espiritual profunda.

Em última análise, a comunhão espiritual é uma expressão da busca contínua por uma conexão íntima com Jesus Cristo. Baseada em uma profunda teologia tomista e enraizada na fé católica apostólica romana, ela permite que os fiéis experimentem a presença divina em suas vidas diárias. Através desse ato de amor e desejo fervoroso, a alma se aproxima do Divino, encontrando conforto na comunhão espiritual mesmo nos momentos mais simples e silenciosos da vida.

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