Tomando em consideração o contexto em que vivemos, fazer um voto de pobreza certamente é uma escolha extremamente radical, reservada para os poucos dispostos a seguir esse caminho. Especialmente em uma época em que há grandes oportunidades de acumular riqueza e prosperar financeiramente, essa decisão pode parecer contracorrente. No entanto, é vital lembrar que todos os aspectos deste mundo são efêmeros, destinados a passar com o tempo. Nesse sentido, a busca desenfreada pela prosperidade financeira pode revelar-se uma jornada vazia e sem sentido.
A trajetória de Santo Tomás de Aquino nos oferece um exemplo inspirador nesse contexto. Sua renúncia aos bens materiais familiares e sua entrada na Ordem dos Pregadores refletem uma compreensão profunda da transitoriedade das riquezas terrenas. Ao seguir esse caminho, ele se assemelhou a Jesus, que viveu neste mundo com poucos pertences materiais, além de seus pais, que eram modestos em termos financeiros.
Vale destacar que Jesus, o carpinteiro, exercia uma profissão que, ainda hoje, muitas vezes não é devidamente valorizada em termos financeiros. No Brasil, por exemplo, o salário de um carpinteiro pode ser limitado, como no exemplo mencionado de R$1.500,00. No entanto, essa profissão é de uma importância fundamental, já que a construção de edifícios e estruturas começa com o trabalho do carpinteiro. Sua habilidade de criar andaimes e moldar a base é essencial para o sucesso da obra como um todo.
Na busca por uma vida plena e significativa, é crucial compreender que a abundância material por si só pode não satisfazer o espírito humano. A máxima de “ter muito sem Deus é não ter nada, mas ter pouco com Deus é ter tudo” ressoa profundamente. A verdadeira riqueza reside na conexão espiritual e na busca por valores mais profundos e transcendentais.
No que diz respeito ao voto de pobreza, é uma decisão que requer discernimento e uma compreensão clara de sua motivação. Enquanto para alguns pode ser uma escolha autêntica e inspirada, para outros, pode não ser o caminho adequado. Cada pessoa tem sua jornada espiritual única, e é importante respeitar e compreender as escolhas individuais nesse aspecto.
Em última análise, a reflexão sobre o voto de pobreza nos convida a ponderar sobre o verdadeiro significado da riqueza, da busca espiritual e do propósito em nossas vidas. É um tema que transcende as fronteiras do tempo e da cultura, estimulando-nos a examinar nossas prioridades e a encontrar um equilíbrio entre as demandas materiais e as aspirações do espírito. Pax,
Frank Matos
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